Cidade

Começava a noite quando recebi uma ligação, era o "Japa", grande amigo de infância. Durante toda a nossa vida, como em qualquer amizade, trocávamos favores, não foi diferente dessa vez. Japa me pediu para que eu participasse de uma missão em seu lugar, por forças maiores ele não poderia comparecer ao chamado, e conhecendo as minhas habilidades em missões de risco, me pediu esse favor. Acreditei ser uma missão de risco pelo fato dele ter me escolhido dentre os demais mercenários que fazem parte da nossa ‘roda de amizade’. Não aceitei logo de cara sem antes saber quanto teria em ‘retorno’, afinal como todo bom mercenário, esse é o pré-requisito básica para eu aceitar qualquer missão, independente da nossa amizade, e mesmo relutante na resposta, ele me garantiu no máximo 3000 dólares. Após a quantia ter sido mencionada, aceitei, e recebi as coordenadas para o encontro com os demais integrantes da tal missão.

Cheguei ao local combinado, vislumbrei dentro de uma casa que a princípio parecia abandonada, cachorros a espreita no meio da escuridão. Logo em seguida um carro estaciona ao meu lado, e o motorista abaixa o vidro e faz um comentário que me fez ficar de prontidão, logo percebi que aquele grupo que dentro do carro se encontrava, seria o grupo com o qual eu trabalharia. Entrei no carro, e como do nada, surge uma “voz”, fazendo uma breve apresentação dos integrantes que ali estavam e nos designando a missão de invadir a casa logo a nossa frente e obter a informação de onde seria a entrega. Sem muitas explicações, só nos restou à opção de resolver ao nosso modo como faríamos para entrar na casa da melhor maneira possível. Logo o nosso mecânico observou a existência de uma câmera de segurança na entrada da casa, não parecia ser uma casa exageradamente vigiada, mas o que preocupou o grupo de início foi à existência dos cachorros, que também foi percebida pelo mecânico.

Depois de muita discussão sobre a melhor forma de entrar na casa, mesmo com a minha insistência em apenas matar os cachorros e entrar pela porta da frente, foi decidido que o Mecânico iria comprar alguma carne para atrair os cachorros pra um canto da casa enquanto eu, o Velho e o Lâmina Negra entraríamos pela lateral pulando o muro. Logo que o Mecânico lançou as carnes aos cães e por algum motivo ter trazido uma cerveja ao velho, nós prosseguimos com o plano. Como nem tudo acabou dando como nós queríamos, após eu e o Velho pularmos, chegou à vez do Lâmina negra que por alguma razão acabou quebrando parte do muro e caindo de volta a rua na sua tentativa frustrada. Como de súbito começou uma correria dentro da casa, gritos alarmantes, e uma única certeza, a gente teria uma boa “briga” pela frente.

Corri em direção a entrada, esgueirando pela parede até ouvir o alarde de alguns homens abrindo uma porta, corri para as costas de uma casa de cachorro que ficava a minha direita, tentei ser discreto, mas fui avistado, sem muito tempo para pensar no que fazer resolvi aparecer rapidamente pelo outro lado da casa, ao que avistei um “Punk” com um bastão correndo e minha direção, com dois tiros certeiros eu o abati sem muitos problemas, ao que escutei os latidos dos cachorros logo a minha frente vindo em disparada, não pensei duas vezes e abati o primeiro que de um pulo feroz voou em direção ao muro e com um tiro, lá permaneceu. O que escutei nesse intervalo de tempo foi algo como carne sendo dilacerada e um latido abafado do outro cachorro somado ao tiroteio que já estava acontecendo dentro da casa. De súbito ouço um tombo próximo onde havíamos entrado, era outro “Punk” pulando a janela, disparei dois tiros, apenas um acertou o alvo, mas foi o suficiente para deixá-lo atordoado, logo em seguida avisto o Lâmina Negra indo de encontro a ele em uma velocidade invejável, ao que escuto outro tiro e um grito de dor, parecia ser o Mecânico, mas fosse o que fosse, o nosso objetivo estava dentro daquela casa, e sendo assim, corri em direção à entrada próxima à casa de cachorro.

Assim que entrei avistei um corpo logo à frente e o Velho segurando outro rente a um canto de parede. Sabia de cara que havia inimigos logo à frente naquele corredor, e com essa convicção em uma atitude impensada, disparei três tiros dos quais apenas dois surtiram o efeito esperado. Eram dois logo a frente do corredor, acertei um com dois tiros e o outro, que escapando do terceiro tiro, disparou alguns tiros, dos quais um pegou em mim de cheio no peito causando uma dor lacerante. Logo em seguida o Velho se direciona para outro compartimento da casa, nesse meio tempo eu levanto e vou na mesma direção, enquanto vejo um tumulto logo na entrada do compartimento em que o velho adentrara. Nesse momento eu tentei chegar lá o quanto antes, e por tal atitude, acabei esquecendo do desgraçado que havia me atingido, curiosamente, ele não havia esquecido que eu era o seu alvo, por conta disso, eu levei outro tiro no peito, ao que entrei esbarrando no Velho no meio do que parecia ser uma luta corpo a corpo. Quando me recompus, tive uma esplêndida visão de um homem com aparência asquerosa, com uma placa de metal na frente de seu corpo, sendo imobilizado pelo velho, lhe deixando completamente indefeso. Não tive dúvidas do que fazer, de arma já em punhos, caminhei em direção da presa com um notável sorriso no rosto e sem pestanejar, efetuei o disparo em direção ao que era a sua cabeça. Não foi mortal, mas de cara, já poderia afirmar que daquele sono profundo ele não acordaria...




Fim do 1° ato.

2 comentários
  1. Pig Said,

    Carai mah ! gostei muito do teu texto, ficou bem legal e mostrou fielmente sua visão da "confusão" =D
    PS: keru ter um brogui bunitin qui nem u teu mah !

    Posted on 24/03/2009, 19:19

     
  2. A propósito,o grito de dor foi "CHEATER DO CARALHO!"

    Posted on 29/03/2009, 15:23

     

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